“Uma geração sem livros,nem leituras.” Assim o professor Geraldo Rodrigues,com sua experiência de antigo educador,definiu a juventude brasileira atual. O isolamento da mocidade estudiosa,que raramente lê,desde o livro ao jornal,tem sido destacado por outros educadores,em tom de advertência. Todos vem a necessidade de criar-se na escola a hábito de leitura,como forma de acentuar o interesse comunitário e desenvolver o espírito crítico. Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular do nosso estudante,mesmo em nível universitário,é pobre. Reduz-se a algumas centenas de palavras. Tão fortes parecem ser os apelos do mundo,em suas mensagens audiovisuais, que o jovem absorve informações passivamente, de modo vago e incompleto. Na escola e fora da escola mostram-lhe sobre o que pensar,mas não o estimulam a pensar. Acossado por um gigantesca massa de informações, e incapaz de discernir o que é legítimo,o jovem tende,em geral,à indiferença,ao alheamento. A realidade brasileira lhe escapa,os acontecimentos do mundo não o instigam a um esforço mínimo de interpretação. Ele será um homem moderno na medida em que repete por mímica os conceitos em moda. Deixe de ser moderno,porém,no sentido do homem bem informado,com a capacidade de ser exprimir bem e de formular idéias. Na sua carência de expressão e percepção, o jovem transforma-se em mero repetidor do que mal ouve e do que vê de relance. Vários serão os motivos que concorrem para isto, mas é certo que a raiz dos males está na incapacidade da escola em ensinar o estudante a pensar. Vê-se que as apostilas ameaçam substituir o livro Em lugar do compêndio surge a cultura condensada,digestiva e quase sempre deformada. O estudante habitua-se a ler apenas o que lhe parece essencial. Não recorre ao livro como fonte de pesquisa,de investigação. Não completamente no livro a extensivamente. Limitado nos seus elementos de aferição crítica,seu universo há de ser pequeno,e por aí medir-se-à fatalmente sua participação na comunidade. A tecnologia posta a serviço do ensino introduz por sua vez,o risco de limitar o livro e o professor,substituindo-os por processos audiovisuais. Desde a escola,leituras de livros, mesmo de livros especialmente resumidos com tais objetivos didáticos. As provas baseiam-se nos testes de múltipla escolha. Não há mais lugar para a dissertação que ensina a escrever, que apura o vocabulário,disciplina a amplia os meios de expressão do estudante. Não admira,pois que estas condições, somadas a formas de vida familiares e comunitárias pouco propícias à intimidade e à reflexão,façam com que o jovem dos nossos dias não leia sequer jornais e revistas,tornando-se meio cego e meio surdo.

Os alunos responderam o seguinte questionário:

(responda a cada pergunta em,no máximo,três linhas.)

1.O jovem de hoje aceita tudo passivamente? Por quê?
2.Quais os acontecimentos que ocorrem no muno atual que mais o preocupam? Por quê?
3.Quais os problemas do brasil que mais o preocupam? Por quê?
4.Por que a vida familiar é, hoje , pouco propícia à reflexão?
5.Você lê jornais ou revistas?quais? Por quê?
6.Por que o jovem tende à indiferença?
7.A escola é culpada de o jovem ser meio cego e meio surdo? Por quê?
8.Você é contra a televisão? Por quê?
9.Como se poderia criar na escola, o hábito de leitura?
10.Você se considera um “mero repetidor”?

Profº Luiz Amato Amorim

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